Durante a cerimónia de abertura do Workshop de Avaliação Nacional de Riscos de Segurança Cibernética, realizada recentemente em Maputo e subordinada ao lema “Moçambique como uma nação com o espaço cibernético seguro e resiliente”, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara, destacou os desafios impostos pelo uso massivo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Nivagara ressaltou que o crescimento e desenvolvimento sócio-económico contemporâneo estão profundamente enraizados no uso generalizado das TIC, com a Internet desempenhando um papel fundamental na convergência tecnológica e nas interações sociais e profissionais em todo o mundo. No entanto, alertou para os novos desafios que surgem à medida que a sociedade se torna cada vez mais dependente dessas tecnologias.
“O uso massivo da Internet e sua influência trouxeram inúmeros benefícios, como a economia de tempo, a redução das barreiras geográficas e a flexibilidade na execução de tarefas. No entanto, também impõem novos desafios aos setores de tecnologia, à academia, ao setor produtivo e à sociedade em geral”, enfatizou Nivagara.
Um desses desafios cruciais, segundo o Ministro, é a Segurança Cibernética, que se tornou uma preocupação global devido à prevenção de incidentes cibernéticos que podem ter repercussões graves em vários níveis. O dirigente citou o Relatório da Interpol de 2020, que destacou o aumento alarmante dos crimes cibernéticos durante a pandemia da COVID-19, com organizações governamentais, corporações e infraestruturas críticas de informação se tornando os principais alvos.
Nesse contexto, o Governo de Moçambique aprovou a Política de Segurança Cibernética e sua Estratégia de Implementação por meio da Resolução n.º 69/2021, de 31 de dezembro. O Pilar II desta estratégia enfoca a Proteção de Infraestruturas Críticas de Informação e promove ações concretas para identificar e mapear essas infraestruturas no país, visando a identificação de riscos e vulnerabilidades a ataques cibernéticos.
Além disso, o Ministro Nivagara destacou que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC,IP), está realizando a Avaliação Nacional de Riscos de Segurança Cibernética, com foco nas Infraestruturas Críticas de Informação, como parte da implementação da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética. Esta iniciativa visa mapear essas infraestruturas, identificar riscos e vulnerabilidades, fortalecendo assim a capacidade de defesa cibernética do país.
Outrossim, o Ministro Nivagara enfatizou a importância da colaboração em segurança cibernética, destacando a criação da Rede Nacional de Equipas de Resposta a Incidentes de Segurança Cibernética, que desempenha um papel fundamental na coordenação e resposta a incidentes cibernéticos em todo o país.
Em jeito de conclusão, o dirigente asseverou que a segurança cibernética é uma responsabilidade compartilhada por todos e convidou a sociedade civil e os representantes dos órgãos de comunicação a se envolverem em iniciativas colaborativas para mitigar os efeitos dos ataques cibernéticos, promovendo um ambiente cibernético mais seguro e resiliente.