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por estudante do Ensino Superior

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Mal entendido deixa estudantes e Instituto de Bolsas desavindos  

MAL-ENTENDIDO entre estudantes que se candidataram à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e o Instituto de Bolsas de Estudo, Instituto Público (IBE,IP) desencadeou tensão na manhã de ontem.

O facto surgiu  quando os candidatos a vagas, que deveriam ter deixado o país a 15 de Janeiro último, souberam, três dias antes, que a sua admissão para o Brasil contemplava apenas a vaga e não se tratava de bolsa de estudo como tinham entendido.

Assim sendo, os candidatos seriam obrigados a efectuar o pagamento do bilhete de passagem de ida e uma vez já em território brasileiro deveriam ter meios para garantir a sua permanência. 

A directora-geral do IBE, IP, Carla Caomba, explicou que pelo facto de a vaga ter sido divulgada no site do IBE, os estudantes confundiram o edital de candidatura de admissão aos diferentes cursos ministrados pela universidade com a atribuição da bolsa de estudo.

“Os 39 estudantes apurados foram directamente seleccionados pela UNILAB, que esteve à frente de todo o processo, e o nosso envolvimento na divulgação do edital fez com que os estudantes pensassem que se tratava de uma bolsa por nós atribuída”, sublinhou.

Caomba afirmou também que, devido à actual conjuntura económica do país, o IBE não está em condições de atribuir bolsa de estudo para este tipo de vagas, razão pela qual não emitiu nenhuma comunicação relacionada com a concessão de bolsas para esta janela, especificamente.

O instituto solicitou o apoio da UNILAB para garantir que os 39 estudantes moçambicanos pudessem ter condições de ingresso e se formassem neste estabelecimento de ensino.

“Mesmo não tendo anunciado o financiamento para este grupo, e sem nenhum vínculo contratual com eles, solicitámos a ajuda da UNILAB, que já garantiu alojamento, alimentação e subsídio de 530 reais. Neste momento transtorna os candidatos o assunto da passagem aérea”, explicou Caomba.

Margarida Nipati, que falava em representação dos alunos, afirma que a informação disponibilizada no site do instituto não foi clara e estão muito ressentidos por que desde o acto de submissão da candidatura até à admissão não foram devidamente esclarecidos.

“Devíamos já estar na universidade desde o mês passado. Agora andamos em reuniões com a instituição para se encontrar forma de viajar, porque não temos dinheiro e alguns vêm das províncias e não têm condições para custear seja o que for. Só agora é que nos explicam que não estávamos a concorrer para bolsa de estudo e que devíamos ter um contrato de bolsa”, sublinhou a estudante.

A UNILAB acolhe neste momento 144 bolseiros moçambicanos que, contrariamente ao que aconteceu nesta chamada, foram seleccionados num acto coordenado pelo  IBE.

Assim, o instituto adverte aos candidatos ao Ensino Superior a terem mais atenção e saberem distinguir candidaturas para vaga, de uma bolsa de estudo, de modo a evitar transtornos similares.

Fonte: Jornal Noticias.